CASA DE LUCIÁ
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No Grande #Méier se pode contar uma história através das instituições dedicadas ao voluntarioso trabalho social, filantrópicos, ecumênicos... Mas serviços que lidam com populações vulneráveis também já foram muito denunciados pelos abusos contra quem não tem a quem, ou como recorrer. Reportagens e fofocas podem criar ares de mistério aos muros internos de algumas delas, carregados de preconceitos e condenações, oficiais ou oficiosas.
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Em novembro de 1937, o casal Olímpio e Rosa Leomil de Vasconcelos fundaram a Casa de Luciá, visão de uma freira que acompanhava D. Rosa até desencarnar. O local que se tornou um orfanato espaçoso atenderia a centenas de crianças desde então. Após o falecimento do Sr. Olimpio, D. Rosa continuou o trabalho com as crianças do orfanato, apesar de denúncias de maus tratos quase terem fechado suas portas nos anos 60.
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No fim dos anos 1940, o radialista Alziro Zarur fez sucesso com o programa "Hora da Boa Vontade", em plena época de busca de novas razões humanas para o futuro em um pós 2ª Guerra Mundial. Em 1 de janeiro de 1950, dia da Paz Universal na metade do século, é fundada a Legião da Boa Vontade, tendo Zarur como presidente. O crescimento da instituição civil e religiosa, mas de caráter ecumênico, lançou o nome de Zarur aos principais veículos de comunicação do país. Alziro se aproximou de Rosa Leomil, e a #LBV se inseriu na Casa de Luciá através da presença constante de seu presidente. Alziro Zarur, que na época ainda tinha uma vida celibatária dedicada à causa, residia e trabalhava na Casa de Luciá, recebendo convidados e jornalistas sempre que queria demonstrar as sementes de um futuro que sonhava através das crianças.
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O fim dos anos 1950 trouxe também o amor ao coração de Zarur, que se apaixonou por uma também legionária com quem se casou. Nos anos 60, chegou a fundar um Partido (o PBV), que ensaiou entrar pra política já como candidato à presidência. O Ato Institucional n. 2 cassou o registro do PBV em 1965. E lá se foram 20 anos de burrice.
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A Casa de Luciá perdeu grande parte de seu tamanho, se mantendo na parte que tem entrada pela rua Mário Piragibe. No endereço da Carolina Santos há hoje um prédio.