MORRO DO VINTÉM 💰
Como foi apresentado nas outras postagens, a área que hoje centraliza-se o Méier não foi a primeira a receber aglomerações. Os lados dos engenhos da Estrada Real de Santa Cruz já carregavam as principais travessias comerciais e chácaras da região, e na vertente da Serra dos Pretos Forros alguns roçados quilombolas se desenvolviam ao mesmo tempo que se protegiam. A construção da linha do trem, em 1858, entre essas duas áreas pode ser justificada pelo relevo mais baixo, tanto é muitas obras precisaram aterrar suas águas acumuladas ali, fruto também de inundações dos rios Meyer, dos Frangos e Jacaré.
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Há suspeitas de que Augusto Meyer tenha solicitado esse quinhão ao Imperador Pedro II pela possibilidade de garimpo entre as ruas Cabuçu e Barao do Bom Retiro. A elevação do Morro do Vintém, do "outro lado da linha" também abrigou a mesma suspeita e teve concessão de exploração aurífera ao Barão do Engenho Novo (Antônio Pereira de Sousa Barros) por dois anos. Se de fato foram encontrados minerais valiosos não se sabe, mas a fofoca da época já dava nota do suposto enriquecimento do Barão. A área exata da exploração ficava na atual rua Frei Fabiano, ao lado do Colégio Estadual Visconde de Cairu. Apesar de atrair atenção inicial, poucos melhoramentos foram feitos no morro, deixando seus moradores com a difícil tarefa de viver sobre lamas e barros "soltos" que desciam as ladeiras em dias de chuva e impossibilitavam seu acesso no final do século XIX e início do XX.
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1ª foto: autorização imperial ao Barão do Engenho Novo
2ª foto: comentários sobre a riqueza do Barão na Revista Ilustrada, 1878
3ª foto: aspecto deplorável do acesso ao morro, já sendo Visconde de Cairu uma das principais escolas suburbanas
4ª foto: perspectiva atual da subida da rua Frei Fabiano, junto a Arquias Cordeiro, onde foi noticiado a ocorrência de ouro.