PRAÇA AVAHY
Um apêndice do post anterior, mas principalmente pelo fato de ser o lugar em que primeiro e por mais tempo morei na minha vida: Praça Avaí 🖤
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O primeiro nome do meu lugarzinho foi Largo Marquez do Herval, e sua ocupação se beneficiou com a chegada de uma "ponta" da linha de bondes de tração animal de Lucídio Lago por ser uma área plana e aberta em meio às ladeiras das atuais ruas Getúlio, Garcia Redondo (Rua Moura), e Coração de Maria (Rua do Cardoso). Ao realizar o contorno pela praça, o bonde seguia pela rua Cap. Jesus (rua Eulina), e se conectava à Aristides Caire (rua Imperial) pela pequena Marília de Dirceu.
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A extensão de 1886 fez a ligação da José Bonifácio (rua Todos os Santos) pela Cirne Maia (rua Zeferino). Com isso, a praça deixou de ser ponto final e uma nova rua retilínea foi aberta para dar fluidez aos trilhos, como mostra a fotografia de 1949 (disponível na Hemeroteca da BN) do bonde virando na rua Cirne Maia a partir da Praça, que aí já era Avahy. Com o novo desenho, foi decidido pelo seu aterramento (Pag. 19 S.1 DOU 20/12/1896), que deu origem ao terreno dos colégios e quadra ali presentes.
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A penúltima foto tem um caráter mais pessoal. A estrutura de fortaleza privada contra os perigos e calor do espaço público predominava nas casas suburbanas na virada dos séc. XIX-XX, data que imagino ser a de construção dessas casas. Na 1ª da esquerda funcionava uma locadora mal ajambrada, mas que era um dos meus locais favoritos na infância (alugando Jurassic Park por umas 50x). Lembro perfeitamente do pé direito altíssimo, o piso de taco rangendo, e o pátio interno dividido pelas casas geminadas, invisível para quem vê da rua. Pena que não me deixavam ir até lá porque havia um puxadinho com cortina vermelha indicando os títulos eróticos que ali ficavam. Ninguém diria que era uma boa locadora, mas quando fechou me senti quase órfão. Vai entender dessas nossas relações afetivas sobre os espaços...