HOSPITAL DO ENGENHO DE DENTRO (atual Nise da Silveira)
O terreno onde hoje funciona o complexo que abriga o IMNS, Caps, UPA, e o querido Museu Imagens do Inconsciente, guarda uma série de motivos que colocam o Engenho de Dentro em parte importante do espaço das antigas "colônias de alienados", envolvendo nomes centrais da história psiquiátrica como Juliano Moreira e Gustavo Riedel (foto 8, 1924). Anos depois, Nise da Silveira revolucionou todo um campo científico em seus muros, mas isso será uma história a ser contada ainda...
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Hoje olhamos para o início de tudo. O terreno já se destacava quando houve o loteamento da "Villa Thereza" nas terras do Dr. Padilha. Era uma fábrica de "louças vidradas" (foto 1) com algumas benfeitorias instaladas. Quando o Rio de Janeiro foi atingido por uma epidemia de varíola em 1908 (morreram mais de 9 mil no ano, contra 130 em 1907), uma espécie de "hospital de campanha" precisou ser adaptado na antiga fábrica, comprada pelo governo (foto 4 - A Imprensa, 22/07/1908. Foto 5 - Revista da Semana, 18/04/1908) que. O Meyer foi duramente atingido e tal episódio é lembrado em algumas memórias lidas por testemunhas da época, como o pedagogo Paschoal Lemme (2004). Dados da época demonstram que mais de 3/4 dos atingidos eram identificados como pretos ou pardos. A fábrica antiga (foto 6) agora era chamada de Hospital do Engenho de Dentro, e ficaria entre o isolamento necessário, e a proximidade com adensamentos populosos e vulneráveis do "subúrbio onde tudo faltava" segundo os periódicos centrais.
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Ainda em 1908, um dos médicos do Hospital, Dr. Ramiro Magalhaes, ironiza publicamente (A Imprensa, 1908) o diretor do Hospital do Engenho de Dentro sobre as condições do mesmo. Havia acusações de extrema insalubridade e risco de desabamento das paredes. Em algumas outras passagens são ventiladas suspeitas sobre os gastos das reformas...Ora, ora, ora se não giramos e paramos no mesmo lugar, não é mesmo Witzel?