JÂNIO QUADROS MOROU NO MEIER! E outros vultos políticos...
De "capital dos subúrbios" do início do século XX ao subcentro regional de sua segunda metade, o Méier se configurou como uma zona de grande interesse eleitoral e intensa movimentação político-partidária.
Quando as eleições para a Assembleia Constituinte de 1933 começaram, um novo código eleitoral entrou em vigor no governo provisório de Getúlio Vargas. As mulheres - com restrições - poderiam votar, e serem eleitas, como foi Carlota Pereira de Queiroz, a única mulher na constituinte de 34. No Jardim do Meyer, postos de emergência para datilografar células (ft2). A 2ª seção eleitoral teve somente mulheres alistadas para votar, e era na Escola São Paulo da rua Aristides Caire (ft3), a única assim no DF.
Nos anos 60, a disputa pelo numeroso eleitorado meierense colocou o bairro no mapa nacional de diferentes estratégias políticas. Jânio Quadros acreditava estar em um bairro operário onde veria uma síntese dos problemas enfrentados pela "massa urbana periférica" e passou uma temporada por aqui na vitoriosa campanha da vassourinha. Era como se alguém quisesse surfar ondas gigantes em uma lagoa. Mas cumpriu e recebeu gente graúda na rua Pedro de Carvalho 345 (ft5). Os jornais da época se dedicaram a listar os possíveis motivos de Jânio ter escolhido especificamente o Méier para isso. O Supermercado Méier ficava no início da rua Dias da Cruz e foi o primeiro do tipo no bairro, um dos pontos de davam ar de importância para essas terras. Sorte deu, já que Brasília foi o destino seguinte de Jânio, mesmo que por pouco tempo.
Já Adhemar de Barros foi adepto dos comícios, tendo feito um bastante numeroso no Jardim do Méier, apesar de ter sido o menos escolhido dentre os três candidatos. No bairro, pelo menos, teve expressiva votação.
Para finalizar, nos anos de chumbo e sangue da Ditadura, em 1971, Carlos Eduardo Pires Fleury, apontado pelos militares como "novo Marighella", foi assassinado dentro de um carro na Praça Avaí, em frente ao atual edifício Ilha de Ibiza, n° 1 (ft 9 e 10). Fleury já havia sido preso, torturado, enviado à Argélia, e retornou à luta armada.