GRÊMIO DRAMÁTICO DO MEYER
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A primeira década do século XX foi de grandes transformações para os subúrbios quanto às atividades de lazer e artísticas. Antes da iluminação florescer a ribalta do cinema, o teatro atraía as atenções da dramaturgia da época. A falta de transporte noturno para as casas de espetáculos da cidade limitavam mais que o dinheiro o acesso suburbano aos principais teatros. Assim, começaram a proliferar grupos de teatro amador, e nos subúrbios eles tiveram grande atenção do público. O Grêmio Dramático do Meyer foi um dos 4 existentes no bairro (excluindo os adjacentes) até os anos 20, e existiu com esse nome entre 1901 (foto 1) a 1910, quando mudou para Club Theatral do Meyer.
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Apesar de alguns períodos fechado, foi escolhido como o 7° preferido dos leitores do jornal A Imprensa, dentre "os subúrbios e arrabaldes" (algo como Zonas Norte e Sul). Com grande empenho inicial da família Deveza, mensalmente era representado um espetáculo, e seu movimentado e rotativo corpo teatral trocava farpas públicas através de seu jornal "O Scenario". O Grêmio também esteve ligado aos periódicos locais pelo nome de Ernesto Mattoso, administrador do Gazeta Suburbana e diretor do "Theatrinho do Meyer". Algumas críticas eram veiculadas quanto a falta de repertório musical de sua orquestra, e os espetáculos também eram minuciosamente avaliados, como o "Meyer por dentro" (foto 9) foi. Pela descrição, era quase uma comédia stand-up sobre os tipos comuns do Meyer, sempre receita de sucesso.
O crescimento do cinema logo ao lado, com o Mascote e o Meyer dominando as noites do efervescente coração suburbano, o Theatro foi perdendo seu público e fechou as portas. Outras iniciativas teatrais serão lembradas aqui futuramente. O endereço era rua Goyaz 17 e depois Archias Cordeiro 129. Com a mudança da numeração, fico com essa suspeita.